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Qual o Valor do Bitcoin? Entenda o Preço da Criptomoeda

Por que muitos dizem que o Bitcoin é um bom investimento? Uma moeda 100% digital pode mesmo ter valor? Encontre aqui as respostas e entenda o valor do Bitcoin!
24/8/2022
Bitcoin

O Bitcoin é um meio completamente eletrônico de se realizar pagamentos e guardar fundos. Independente de dúvidas acerca do valor do Bitcoin, no curso dos últimos anos, ele protagonizou valorizações impressionantes e surpreendentes.

Mas o Bitcoin vale realmente alguma coisa? O que define o seu preço? É só o que as pessoas estão dispostas a pagar, ou existe algum valor intrínseco a esse ativo?

As dúvidas são muitas, ainda mais porque o Bitcoin faz parte de uma classe de ativo muito nova, com pouco mais de 10 anos de existência. Sendo completamente digital (ou seja, pura informação sem existência material), muitos ainda suspeitam do seu valor e da sua utilidade para a economia.

Por isso, nesse post, eu vou desfazer de uma vez por todas as dúvidas referentes ao valor do Bitcoin. Continue lendo para entender por que essa moeda digital é extremamente preciosa e como você pode avaliar seu valor!

Qual o valor do Bitcoin?

Existe uma diferença quando falamos de “valor” e “preço” de um bem. O preço é uma grandeza nominal, facilmente constatada no mercado. Já “valor” é uma característica mais prático, ou mesmo intrínseca da coisa em questão.

Muitos nomes importantes criticam o Bitcoin, dizendo que ele não tem qualquer valor. Segundo essa visão, seu preço seria completamente aleatório, já que só dependeria das forças de oferta e demanda no mercado.

Contudo, nem a movimentação de mercado do Bitcoin é aleatório nem seu valor intrínseco é nulo. É só continuar lendo e descobrir!

Movimentação de mercado

No dia em que esse texto foi escrito, o Bitcoin estava sendo negociado a preços em torno de 49.150 USD / BTC, ou quase 265 mil BRL. Neste mesmo dia, o preço da criptomoeda variou entre 48.312 USD e 49.717 USD, uma variação de mais de 700 USD por unidade de Bitcoin.

Olhando o mercado mais de longe, o Bitcoin saiu de uma baixa mensal de 32 mil USD em agosto de 2021 até atingir essa alta próxima de 50 mil. Isso significa uma valorização de 56% em apenas 30 dias, algo muito difícil de se ver em ativos financeiros.

Mas o contrário também acontece. Por exemplo, depois de atingir sua alta histórica (pelo menos até o dia em que esse texto foi escrito) de quase 65 USD mil em meados de abril de 2021, o Bitcoin atingiu um fundo de 29 mil USD no mês de maio de 2021 como resultado da expulsão de mineradoras da China.

Ao longo de 13 anos e quase 696 mil blocos de existência, o Bitcoin registrou um gráfico de crescimento que atrai muito a atenção tanto de especialistas quanto do público comum.

O que dizem os dados

Em meio a tantas subidas e descidas, muitos acreditam que o preço do Bitcoin é aleatório, como se não passasse de uma grande bolha especulativa.

Contudo, os dados contam outra história. Apesar do gráfico de variação nominal embaralhar a cabeça, o gráfico logarítmico do preço do BTC contra o USD pinta outras cores, muito mais compreensíveis.

[gráfico]

Olhando a curva, mesmo com muitos percalços pelo caminho, o Bitcoin manteve uma narrativa de preço coerente a longo desses anos. Pelo menos, de acordo com esses dados históricos, é quase seguro dizer que, a cada 4 anos, o Bitcoin ganha um novo zero. Em outras palavras, ele aumenta seu preço em 10 vezes.

Desde 2012 (data na qual a maioria dos bancos de dados começou a registrar o preço do Bitcoin), o Bitcoin apresenta essa tendência, que pode ser causado em parte pelo evento de Halving, quando a taxa de emissão de novos Bitcoins cai pela metade.

Para entender melhor o que é o halving e o “tokenomics” do Bitcoin, não deixa de conferir o conteúdo sobre mineração: está completíssimo e vai tirar todas as suas dúvidas! 

Mas apenas a movimentação de mercado não é suficiente para justificar o preço real (ou o “valor intrínseco”) de um ativo. Afinal, é por isso que bolhas especulativas acontecem.

Então, o que justifica toda essa movimentação de preço do Bitcoin?

Respondo logo abaixo! Não deixe de ler!

O Valor da Moeda e o Bitcoin

Para entender o valor do Bitcoin, é preciso entender o que faz uma moeda ser uma moeda. Ou seja, o que faz um bem ter valor ou não como moeda de troca.

O que faz uma “moeda” ser uma “moeda”?

Ora, nada impede de usarmos qualquer coisa como meio de troca de bens e serviços: grãos de feijão, sapatos e por aí vai.

Contudo, certas coisas são melhores do outras para serem usadas como meio de troca. O primeiro grande ativo que serviu como o meio de troca universal por séculos a fio foram os metais preciosos, mais especificamente o ouro e a prata.

O que justifica o uso do ouro e da prata como um meio de troca perfeito independente do tempo ou do lugar são três características principais:

  1. São raros, ou escassos. Isso significa que a oferta desse bem na economia varia muito pouco ou muito devagar. Se fosse o contrário, o ouro e prata seriam facilmente inflacionáveis e perderiam sua utilidade como moeda de troca.
  2. São facilmente divisíveis. Qualquer metal precioso pode ser calculado em gramas, que é uma unidade de grandeza que pode ser dividida indefinidamente. Isso facilita a esses metais serem usados como meio de troca tanto em transações grandes quanto pequenas.
  3. Fora algumas poucas exceções, não possuem usos. Isso é, nem o ouro e a prata tem muita utilidade na economia. Por exemplo, o ferro seria um péssimo candidato à moeda, já que existem mil e uma maneiras mais eficientes de se usá-lo.

Essas características explicam por que a prata e o ouro foram tratados com tanto valor ao longo do tempo, e usados como meio de troca universal. Nos dias de hoje, é claro, as coisas já mudaram.

O Dinheiro Fiduciário: FIAT Money

Ainda no século passado, o dinheiro emitido pelos bancos centrais era lastreado em metais preciosos, principalmente no ouro. Ou seja, o valor da oferta circulante de dinheiro em uma economia era baseado no fato de que todo detentor daquela moeda poderia liquidá-la em metais preciosos em algum momento.

Esse sistema, que começou em meados de 1870, deu lugar ao Sistema de Bretton Woods em 1944 quando os EUA e outros países ocidentais, junto com o Japão e a Austrália, assinaram um acordo que implementou um padrão de convertibilidade do Dólar americano com o ouro depositado em bancos centrais desses países.

Esse sistema sobreviveu até meados dos anos 70, quando os EUA quebraram unilateralmente o acordo, acabando com o lastro metálico para as moedas em circulação na economia global.

Desse dia em diante, a fonte de valor do dinheiro que usamos na economia globalizada vem exclusivamente da autoridade dos nossos bancos centrais. Isso é o chamado dinheiro fiduciário, ou FIAT Money, como é muito usado.

Assim, a fonte do valor é a mera confiança que os cidadãos depositam em seus governos. Confiança de que poderão pagar seus impostos nessa moeda e a política monetária do governo não vai estimular inflação.

Comparando o padrão metálico com o FIAT Money, parece ser loucura que a economia tenha mudado para esse padrão. De fato, o valor da moeda FIAT é simplesmente a autoridade do Estado, nada mais.

Moedas como o Real, o Dólar e o Euro são válidas por simples “força de lei”. Elas são moedas baseadas na confiança, por isso chamadas de fiduciárias.

Por que o Bitcoin tem Valor?

Bom, e o que todo esse argumento tem a dizer sobre o Bitcoin?

Satoshi Nakamoto, o suposto autor original do Bitcoin, desenvolveu a rede com profundos conhecimentos em teoria monetária. O seu objetivo não era simplesmente criar um ativo que pudesse servir para transacionar valor, mas também um ativo que garantisse esse valor ao longo do tempo.

Por isso, fatores como a taxa de emissão de Bitcoins, sua divisibilidade e o controle da sua oferta foram desenvolvidos estrategicamente para esse fim.

Vamos ao exame:

1. Oferta Máxima Fixa em 21 Milhões BTC (Escassez)

O Bitcoin é emitido pelos mineradores, que empregam poder computacional à sua disposição para sustentar a rede e, com isso, são recompensados com Bitcoin.

Contudo, os Bitcoins não são criados livremente. Existe um algoritmo extremamente sofisticado na blockchain do Bitcoin que fixou a sua oferta máxima em 21 milhões de tokens BTC.

Assim, a oferta de Bitcoin tende a cair conforme a demanda aumenta. Isso, por uma simples lógica de mercado, é suficiente para saber que o preço do ativo deve subir com o tempo (e justifica, por exemplo, o seu crescimento ao longo desses anos).

2. Divisibilidade Perfeita

Como é um ativo digital (é pura informação registrada na blockchain), o Bitcoin pode ser dividido por um simples aperto de botão. Com o ouro e a prata, a divisão é muito complicada e envolve agredir o bem fisicamente.

Bitcoins não precisam ser comprados ou vendidos por unidades inteiras. NA verdade, os Bitcoins pode ser divididos até a oitava casa decimal. Isso significa que a menor parcela de Bitcoin que um usuário pode possuir é 0,00000001 BTC – também chamado de Satoshi em homenagem ao seu misterioso desenvolvedor.

Então, mesmo que o preço do Bitcoin continue decuplicando, sempre será possível fazer pequenas transações de modo prático. E, caso o Bitcoin valorize demais a um ponto que oito casas decimais não seja suficiente, a rede pode votar para que uma nova casa decimal seja acrescentada.

3. Emissão Regular e Decrescente

Ao contrário de moedas fiduciárias, a emissão do Bitcoin é controlada por uma razão econômica muito bem pensada. A cada 10 minutos, é gerado um novo bloco na blockchain e mais Bitcoins são emitidos.

A taxa de emissão é fixa e cai pela metade a cada quatro anos (é o que chamamos de halving). Portanto, o custo de produção de Bitcoins aumenta ao longo do tempo, o que é uma característica similar aos metais preciosos.

Assim, o Bitcoin consegue repetir uma grande qualidade do ouro (e um dos principais fatores que tornaram tão valioso ao longo do tempo): a sua escassez.

A escassez, então, garante ao Bitcoin ser uma moeda deflacionária: o seu valor tende apenas a aumentar conforme o tempo. Isso, por sua vez, torna-a uma grande reserva de valor.

4. Ubiquidade

Essa característica só é possível a ativos digitais. Pelo fato de o Bitcoin ser uma rede global, acessível de qualquer lugar com internet, as transações com a moeda digital podem ser feitas em qualquer lugar do mundo.

Nem o ouro nem o sistema bancário atual consegue repetir essa fator, o que tem muito potencial para a economia global. Mesmo transferências internacionais são sujeitas a taxas mais altas e mesmo impostos federais, quando superam um determinado valor.

O Bitcoin não depende de fronteiras nem de políticas econômicas. Por isso, ele é uma ótima forma de ter à disposição um meio de transacionar valor extremamente líquido e eficiente.

O Bitcoin é uma moeda deflacionária, escassa, extremamente líquida e divisível. Por fim, ela é acessível de qualquer lugar e independe de uma existência física. Portanto, o Bitcoin é um meio de troca perfeito para qualquer tipo de transação e uma excelente forma de se poupar valor.

Analisando essa criptomoeda de perto, então, fica evidente que sua tecnologia é extremamente útil e valiosa para a economia moderna!

Para saber mais como aproveitar as oportunidades que o Bitcoin e outras criptomoedas podem te trazer, fica de olho no blog!

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