Hoje em dia, fan tokens são cada vez mais usados por clubes esportivos como estratégia de engajamento de torcedores. Esses tokens esportivos são criptoativos assim como o Bitcoin e outras criptomoedas, mas ligados a clubes como o Barcelona e o Juventus.
Para os torcedores sempre entusiasmados do esporte, ter acesso a novas maneiras de desenvolver um relacionamento mais íntimo com o seu clube preferido pode ser o suprassumo de uma experiência de fã.
Não à toa, em dias de competição, grupos lotam estádios para estar mais perto do clube e prestar o seu apoio ou, então, marcam encontros em bares para, ainda que virtualmente, estejam presentes para dar aquele impulso ao time.
Uma nova modalidade de apoio tem também colaborado para reforçar os laços entre os clubes e seus fiéis seguidores. E não importa se você é fã do Barcelona e mora no Rio de Janeiro. A distância, neste caso, não vai alterar o resultado.
Essa nova ferramenta de vínculo vem na forma digital e já é sucesso absoluto: os fan tokens. Eles já estão sendo adotados em massa pelos torcedores. Aliás, você já tem o seu?
Continue lendo para saber mais sobre esse fenômeno da tokenização!
O que é Fan Token e para que serve
Esses FTs fornecem aos fãs acesso a conteúdo esportivo exclusivo, permitem uma associação mais íntima com os ídolos, ajudam a gerar receita para alavancar projetos daquele time do coração e, em alguns casos, ainda podem resultar em recompensas financeiras para os proprietários dos tokens.
Conhecidos também como criptoativos esportivos, os fan tokens são ativos digitais que permitem que ligas, equipes, clubes, jogadores e associações fortaleçam o engajamento das torcidas e são especialmente úteis para romper as barreiras geográficas com aqueles que não têm a oportunidade ou a liberdade para se conectar diretamente.
No mercado, quando uma parte específica da indústria é tokenizada, torna-se possível que consumidores ou fãs participem e interajam com ela durante o todo o processo.
O mais valioso neste caso para os entusiastas do esporte é ter a possibilidade de acompanhar de perto e ativamente o dia a dia das equipes, e ainda poder votar em decisões de rotina, quem sabe até em questões mais estratégicas.
A participação pode ir desde decisões sobre a escolha dos uniformes até a transferência dos jogadores. Ter esse direito de voto aumenta o valor que um torcedor dá ao esporte.
Os FTs tornam os fãs mais do que meros espectadores. Por meio desses instrumentos, um torcedor passivo ganha status de torcedor investidor. Dependendo do tipo de fan token, ele também poderá ter vantagens financeiras com a equipe do coração. Pode-se dizer que ter tokens esportivos se assemelha a ter um cartão de membro platinum com recompensas exclusivas e acesso VIP.
Fan Tokens são investimentos?
Os fan tokens não são considerados ativos seguros regulamentados pela CVM brasileira.
Assim como tokens de jogos, eles estão enquadrados na categoria de tokens de utilidade. Isso significa que, ao comprar um fan token, ele poderá ser usado apenas dentro de um ecossistema específico para obter acesso a vantagens e benefícios de torcedor.
Os especialistas alertam que não se trata de um produto de investimento. Sendo assim, não podem ser empregados como moeda para fazer pagamentos. Sua utilização está restrita apenas a serviços determinados pela marca que representam e da plataforma em que são operacionalizados.
A lei brasileira, aliás, não considera os fan tokens valores mobiliários.
O token pode ser comprado e vendido em um mercado digital e a autenticidade das transações é garantida pelo blockchain. O preço do ativo varia de acordo com a oferta e a demanda ditada pelos usuários à frente das negociações. Assim como ingressos para jogos, eles podem ser revendidos em mercados secundários.
Mecanismo de solidariedade da Fifa
Outro gênero de token esportivo que está no mercado e que não deve ser confundido com o de utilidade é o baseado no mecanismo de solidariedade da Fifa. Este, sim, pode garantir retornos financeiros ao proprietário.
Na vanguarda do segmento, estão Vasco e Cruzeiro, que foram uns dos primeiros a tokenizar os direitos do mecanismo de solidariedade. O objetivo nesta modalidade é remunerar os clubes sempre que um atleta da categoria de base for negociado no futuro.
Os investidores que adquirem este tipo de token “compram” o direito de receber uma porcentagem da receita futura do clube sobre o mecanismo de solidariedade. Trocando em miúdos, toda vez que um jogador formado nas categorias de base de um clube é negociado, o investidor recebe uma parte da transação.
Características dos Fan Tokens
Um fan token é, em geral, cunhado dentro de um blockchain que já existe no mercado. A preferida dos grandes players é a Ethereum, cujo ecossistema oferece um padrão para a criação de tokens do tipo ERC-20.
É a rede, por exemplo, usada pela francesa Socios.com por meio de sua plataforma Chiliz, considerada a maior emissora de fan tokens do mundo. Flamengo, Barcelona, Paris Saint-Germain, Juventus, Palmeiras e Vasco são apenas algumas das agremiações que estão sob o guarda-chuva da Socios.com. Recentemente, a empresa expandiu suas fronteiras para outras modalidades, como e-sports, Fórmula 1 e UFC.
Em 2019, a Juventus da Itália abriu as portas desta nova dimensão digital e fechou contrato com a Socios.com para lançar seu token. Na sequência, uma leva de times decidiu entrar no jogo, entre eles os gigantes Barcelona e Paris Saint-Germain. Por aqui, foi o Atlético Mineiro que se lançou no mercado antes de todo mundo.
Como os Clubes Faturam
Quando o acordo é fechado entre os clubes e a empresa responsável por cunhar os ativos, é agendada uma emissão inicial de tokens, chamada no mercado de Fan Token Offereing (FTO). O lançamento é equivalente ao IPO na bolsa de valores.
Na oferta de entrada, o número de criptoativos pode variar, mas, segundo o site de notícias G1, a quantidade de tokens emitidos inicialmente no Brasil costuma seguir um padrão de cerca de 850 mil tokens por vez.
Tanto na primeira quanto nas ofertas seguintes de tokens, a empresa emissora, na maior parte dos casos a Chiliz, através da Socios.com, paga aos clubes uma fatia de 50% do valor. O fornecimento máximo de tokens pode variar de clube para clube. Com a flutuação do preço dos ativos, puxada pela oferta e a demanda dos fãs, também não é possível prever o total de arrecadação alcançado pelas equipes.
Como parte do acordo, a empresa parceira pode fazer novas ofertas de tokens à medida que a demanda cresce. Isso costuma acontecer quando alguma notícia quente surge em torno do time, como a contratação de um novo jogador.
O clube ainda tem direito a 0,25% de todas as transações que forem feitas entre os usuários.
Cinco fan tokens para ficar de olho
Juventus (JUV)
A Juventus da Itália saiu na frente e, em 2019, foi o primeiro time a oferecer um token de torcedor. A parceria para o lançamento foi feita com a empresa francesa Socios.com, o maior player do mercado global no segmento. Os proprietários de tokens têm acesso a benefícios exclusivos e direito a votação em questões do time.
Segundo o CoinGecko, a capitalização de mercado do JUV soma atualmente quase 18,5 milhões USD, com o token cotado na casa dos 6,80 USD. O suprimento total de tokens é de 20 milhões.
Paris Saint-Germain (PSG)
O Paris Saint-Germain é a casa atual de dois dos maiores expoentes do futebol da atualidade: o argentino Lionel Messi e o brasileiro Neymar. O clube não foi o primeiro a mergulhar no universo dos FTs, mas hoje é o que chega na frente quando se fala de capitalização de mercado. O valor chega a quase 50,5 milhões USD, mais do que o dobro da Juventus.
Os torcedores que detêm uma fatia tokenizada do clube têm influência sobre as decisões da equipe e podem ser chamados para consultas sobre assuntos específicos. Uma dessas consultas, por exemplo, permitiu que os fãs escolhessem uma mensagem inspiradora para estampar a braçadeira de capitão, servindo de motivação para os jogadores durante as partidas. O clube criou uma lista com 3 mensagens e pediu a opinião dos proprietários de tokens. O PSG também tem um suprimento de tokens de 20 milhões.
Barcelona (BAR)
O FC Barcelona pegou carona no movimento e convida os torcedores com seus tokens a participar das atividades da agremiação. O clube aprimora a experiência dos fãs com oportunidades como poder escolher o mural que vai decorar o vestiário, encontrar pessoalmente seus ídolos antes das partidas e ter assentos privilegiados durante as competições. A equipe catalã é hoje a sexta maior em market cap: 19,7 milhões USD.
Atlético Mineiro (GALO)
A história do clube registra episódios inesquecíveis, que começaram lá em 1971, quando o Galo venceu a edição de estreia do Campeonato Brasileiro.
Em setembro do ano passado, foi ele também que desbravou as novas fronteiras digitais no blockchain, sendo o primeiro do futebol brasileiro a adotar os tokens como forma de estreitar os laços com sua base de fãs.
No lançamento do token, o Atlético Mineiro conseguiu arrecadar cerca de 9 milhões BRL, com a venda de 850 mil unidades. Segundo o CoinMarketCap, a capitalização de mercado atual do GALO é de 1,34 milhões USD, com suprimento de 10 milhões de tokens.
Flamengo (MENGO)
Detentor da maior torcida do Brasil, o Clube de Regatas do Flamengo protagonizou um recorde na ocasião do lançamento de seu token, em 19 de outubro de 2021. Em apenas duas horas, 1,5 milhão de unidades haviam sido vendidas.
Para conter a ansiedade dos torcedores que ficaram de fora, a Socios.com imediatamente anunciou que colocaria uma nova remessa na semana seguinte. O fornecimento máximo de tokens é de 30 milhões.
Se você é fã de carteirinha de algum clube e está considerando algum investimento na área de criptoativos, investir em fan tokens pode ser uma ótima opção. Afinal, junto com o token, você pode ganhar alguns direitos interessantes e ainda apoia o seu time do coração. Para mais informações sobre fan tokens e outros cripto-investimentos, é só ficar de olho aqui no blog!