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O que é Mineração de Bitcoin e Como Funciona?

A mineração é o processo computacional pelo qual novas unidades de Bitcoin são criados. Hoje em dia, ela já se tornou uma atividade econômica muito atrativa tanto para pequenos mineradores quanto empresas globais. Leia mais aqui!
24/8/2022
Bitcoin

Já imaginou ganhar dinheiro só por deixar seu computador ligado 24 horas por dia? Há 13 anos atrás, isso seria inimaginável. Contudo, com o lançamento do primeiro criptoativo 100% digital isso se tornou possível com a mineração de Bitcoin.

Por parecer simples, a mineração de Bitcoin é um tema que atrai muita atenção e interesse das mais variadas pessoas. Afinal, não seria bom gerar uma renda usando apenas um computador?

Contudo, a mineração de Bitcoin é muito mais do que apenas isso. Essa atividade é, na verdade, uma contribuição importantíssima à rede que a torna segura e valiosa. E, de todo modo, a mineração não é a mesma coisa que era há 10 anos atrás, quando o Bitcoin estava sendo lançado.

Se quiser saber mais, descobrir como minerar e finalmente responder à pergunta se é viável minerar Bitcoins em 2021, continue lendo esse post!

A Mineração de Bitcoin enfim explicada

Mineração é a atividade realizada por computadores ligados a uma rede descentralizada chamada de blockchain. Através dessa atividade computacional, a rede garante sua segurança, cunha novas moedas, verifica transações e mantém a rede saudável.

Assim, é através da mineração que a blockchain se mantém viva e as transações de Bitcoin são possíveis. Toda vez que pares da redes transferem Bitcoin uns aos outros, a transação se torna parte da blockchain pelo trabalho dos “mineradores”, como chamamos os nodes que realizam a mineração.

Então, mineração não é simplesmente deixar o computador ligado e ganhar BTC em troca. Na verdade, mineração é uma troca entre você e a rede. Da sua parte, como minerador, você aplica o poder computacional a sua disposição para validar transações e manter a rede do Bitcoin segura.

Da outra parte, você ganha recompensas, que podem ser recompensas de bloco e recompensas por executar transações. Esse sistema de incentivo visa atrais mais e mais minerados à rede, tornando-a cada vez maior, mais descentralizada e, portanto, mais segura.

Blockchain e mineração

Para entender a parte técnica da mineração, é preciso conhecer um pouquinho de blockchain. Para isso, é só ler o conteúdo sobre blockchain aqui no nosso blog! Ele está completíssimo e vai tirar todas as suas dúvidas!

Em uma explicação rápida, a blockchain é um grande registro descentralizado (ao qual qualquer pessoa no mundo pode aderir livremente) dos endereços e das transações de Bitcoins existentes.

No que toca à mineração, a parte que interessa sobre a blockchain é a sua produção de blocos e, claro, os incentivos monetários (as tão almejadas recompensas em Bitcoins) que a sua produção traz ao usuário.

Minerar = Produção de blocos

A blockchain está sempre sendo atualizada. Ou seja, a todo instante, um novo bloco de informações está sendo produzido. No caso do Bitcoin, a taxa de produção de blocos é fixada em um bloco a cada 10 minutos, para garantir a sua regularidade.

Isso significa que, todos os dias, são gerados 144 blocos e, em um mês, cerca de 4.320 blocos. Em um ano, são adicionados 51.840 blocos à blockchain do Bitcoin.

No dia em que esse artigo foi escrito, a blockchain do Bitcoin já possuía 696.757 blocos de altura. Isso corresponde a uma idade de cerca de 6,96 milhões de minutos, 116 mil horas, 4.838 dias, 161 meses ou 13 anos – exatamente o tempo em que a rede Bitcoin está ativa.

Cada bloco possui uma média de 1,5 milhão de bytes, que é o tamanho necessário para registrar a alocação de fundos da rede Bitcoin dos últimos 10 minutos. Isso significa que a blockchain do Bitcoin, no dia em que esse artigo foi escrito, possuía cerca de 1.045 Gigabytes ou mais de 1 Terabyte.

Agora, voltando à mineração: é essa atividade que “trabalha” em prol da rede e mantém a cadeia de blocos sendo produzida e segura, seguindo métodos criptográficos sofisticados, conhecidos como criptografia de hash.

Você não precisa entender de criptografia, muito menos de programação para entender mineração. Basta entender que cada novo bloco necessita passar por uma etapa de trabalho criptográfico que é testado pela rede.

Essa criptografia é o que garante que a blockchain não pode ser “quebrada” no futuro e alterada, mantendo o Bitcoin um ativo valioso.

O Proof-of-Work, ou prova-de-trabalho

O mecanismo de produção de blocos segue um método computacional mais antigo que o Bitcoin: a prova-de-trabalho, ou Proof-of-Work, ou ainda PoW. Esse tipo de verificação digital era usado anteriormente para impedir que spams chegassem à nossas caixas de e-mails.

Hoje em dia, o PoW ficou famoso com sendo o mecanismo de geração de consenso da rede do Bitcoin (e de muitas outras criptomoedas, como a Ethereum). Em outras palavras, esse é o mecanismo através do qual os nodes verificam se tudo está correto na blockchain.

Em poucas palavras, o PoW é uma forma descentralizada de se administrar e proteger a rede. Essa verificação é feita através de provas criptográficas, realizadas ao longo do processo de mineração.

Através dela, nodes verificam uns aos outros e garantem que todos estão de acordo e agindo pelo bem da blockchain (e não manipulando dados, por exemplo).

SHA-256: a corrida dos mineradores

Na versão aplicada à blockchain, a prova-de-trabalho corresponde ao que entendemos por “mineração”. A rede Bitcoin distribui regularmente desafios aritméticos para os nodes processarem e, com o resultado, criarem blocos.

Esses desafios são definidos segundo um algoritmo criptográfico avançadíssimo. No caso do Bitcoin, é o SHA-256, que foi desenvolvido pela Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA).

O desafio gerado é o mesmo para todos os mineradores, que recebem a tarefa de fornecer uma resposta adequada a esse problema. Cada desafio leva em torno de 10 minutos para ser resolvido sempre.

Pelas características da criptografia de hash, esse problema só pode ser resolvido por tentativa e erro. Assim, só é possível a computadores e demanda muita energia e poder de processamento.

A mineração, então, é uma corrida dentre todos os nodes para determinar quem resolve primeiro o problema aritmético.

O primeiro node a oferecer um solução adequada ao problema recebe o direito de gerar o próximo bloco da blockchain.

Contribuindo assim com a rede, o node ganha a recompensa de bloco: uma quantidade previamente fixada em Bitcoins reservada para a mineradora que resolveu primeiro o problema. Falo mais disso logo abaixo!

Hashrate: como medir seu poder computacional

Quanto mais poder computacional, maior a probabilidade de se decifrar primeiro o problema e ganhar a recompensa de bloco. Ou seja, quanto mais rápido são as máquina à disposição de um minerador, maior os seus ganhos.

Esse poder, no caso do PoW e da mineração, é medido em Hashrate, ou “taxa de hash”. Essa métrica significa a quantidade de hashes que um node consegue processar em certo tempo. No geral, essa medida é expressão em “hashes por segundo” (H/s).

A métrica significa quantas vezes por segundo um computador pode concluir uma função de hash e, por isso, é a melhor medida do poder de uma mineradora.

Recompensa de Bloco e o Halving

A recompensa de bloco é uma taxa previamente fixada paga aos mineradores em troca de produzirem o próximo bloco da blockchain. 

No lançamento da rede, cada bloco pagava 50 BTC aos mineradores. Isso significa que a cada 10 minutos 50 BTC eram cunhados na rede no seu início.

Contudo, para prevenir que o Bitcoin se inflacionasse rapidamente e perdesse seu valor, foi incluída um mecanismo chamado de halving, que é aplicado a cada quatro anos.

No halving, a taxa de emissão de Bitcoin é cortada pela metade. Assim, depois de quatro anos do lançamento (em 2012), a recompensa de bloco foi cortada para 25 BTC. Novamente, em 2016, ela foi cortada para 12,5.

O halving mais recente aconteceu em 2020, quando a recompensa de bloco foi reduzida para 6,25 BTC.

Isso pode parecer ruim à primeira vista, mas deve-se lembrar que esse mecanismo aumenta a escassez do Bitcoin e ajuda o criptoativo a valorizar. Assim, apesar de recompensas menores, o valor em moedas oficiais das recompensas sempre aumentou em cada halving.

Essa não é única recompensa da rede, já que mineradores também ganham recompensas em BTC executando transações. São as chamadas recompensas de transação e são valores variáveis, muito menores do que as recompensas de bloco.

Como minerar Bitcoin?

Depois de tanta informação, você deve estar se perguntando: e como faço para minerar Bitcoin? Qualquer pessoa pode minerar? Ainda vale a pena em 2021?

Sim, qualquer pessoa que tenha à sua disposição um computador pode minerar Bitcoin. O Bitcoin é uma rede aberta, com livre entrada e saída de participantes que não requer nenhuma forma de permissão.

Então, sim, você pode minerar Bitcoin baixando o software correto de mineração (que utiliza o SHA-256), conectando-se à rede e dedicando uma máquina inteiramente a esse fim.

Até aqui o processo é simples, mas a rentabilidade da mineração é outro assunto. Um simples PC não é suficiente para minerar quantidades suficientes de Bitcoin para se ter lucro na operação.

Hoje em dia, já existem máquina manufaturadas com o único objetivo de minerar Bitcoins. É o caso da Bitmain Antminer, cuja unidade possui algumas poucas dezenas de Terahashes por segundo. O valor de cada uma varia entre 2.500 e 5.000 BRL, sendo que existem modelos mais avançados na casa das dezenas de milhares.

Mineradores arcam com custos altos de energia elétrica, já que o processo de mineração usa energia muito intensivamente. Além disso, é preciso substituir seu hardware com alguma frequência.

Portanto, minerar é um empreendimento. E, como todo empreendimento, deve ser calculado com muito cuidado e ser levado a cabo com bastante determinação e dedicação.

Como avaliar se mineração vale a pena em 2021?

Além de reunir suas ferramentas, é preciso checar certas fatores na hora de minerar Bitcoin:

  • Recompensa de bloco
  • Taxa de hash total da rede
  • Distribuição da taxa de hash total
  • Dificuldade do bloco

No tempo em que esse artigo foi escrito, a taxa total de hash da rede Bitcoin estava em torno de 122 milhões de Terahashes por segundo.

Hoje em dia, a rede Bitcoin é dominada por grandes pools, que são mineradoras com um altíssimo poder computacional à sua disposição. Ao todo, essas pools gigantes dominam quase dois terços (67%) do poder computacional total dedicado ao Bitcoin.

As cinco maiores pools de mineração são: AntPool, Poolin, ViaBTC, F2Pool e a SlushPool. O terço restante é fornecido por mineradores “desconhecidas”, ou seja, operadores menores, muitos deles individuais.

Por fim, notada a competitividade que existe hoje na mineração de Bitcoin, é importante notar a dificuldade da rede, que é ajustada a cada duas semanas para manter a taxa de produção de blocos estável em 10 blocos por minuto.

A dificuldade muda conforme o hashrate total da rede: quanto mais poder computacional à disposição, mais difícil são os desafios lançados pelo algoritmo da rede, balanceando a velocidade com que a rede pode decifrá-los.

Para saber se vale a pena minerar Bitcoin em 2021, é preciso levar em conta esses dados e os equipamentos que você tem a sua disposição.

Enfim, se quiser saber mais sobre mineração e como minerar Bitcoins na sua casa, pode dar uma olhada em outros conteúdos aqui do blog. Nesse mercado, informação é a sua melhor amiga. Por isso, use nosso blog para se educar o máximo possível!

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