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O que são Altcoins e Como Investir nas Criptomoedas Alternativas?

Altcoins são todas as criptomoedas que vieram depois do Bitcoin. Hoje em dia, o mercado está repleto de moedas como essas, cada uma oferecendo uma proposta de valor diferente. Leia aqui e aprenda mais sobre as moedas alternativas!
24/8/2022
Altcoin

Há pouco mais de dez anos atrás, não existia nenhuma moeda digital nem qualquer criptoativo no mundo. Isso mudou quando, em 2009, a primeira blockchain pública da história foi lançada: o Bitcoin. E a inovação não parou por aí. Nos anos seguintes, muitos outros projetos de criptomoedas foram lançadas: são as chamadas altcoins.

As altcoins são as criptomoedas inventadas depois do Bitcoin e que se baseiam largamente na mesma tecnologia e infraestrutura, a blockchain. Apesar da semelhanças, as altcoins oferecem oportunidades de investimentos muito diferentes do Bitcoin, sendo as candidatas perfeitas para diversificar sua exposição de criptoativos.

Contudo, são muitas altcoins no mercado e nem todas, há que se admitir, valem a pena seu investimento e talvez nem mesmo a sua atenção. A velocidade de inovação é tanta que detalhes que podem estar no código ou até na taxa de emissão da moeda definem a sua qualidade como moeda de pagamento ou reserva de valor.

Nesse universo cripto, é extremamente importante saber distinguir a proposta de valor de cada projeto de criptomoeda. É isso o que vai te capacitar para analisar e diversificar seus investimentos em criptomoedas.

Por isso, neste post, eu vou explicar um pouco a história das altcoins e como uma pode ser tão diferente da outra. Assim, depois que você ler esse post inteirinho, vai ter seu horizontes expandido quando o assunto é cripto e vai saber avaliar melhor as criptomoedas que ficam surgindo por aí!

Não perca essa!

O que são altcoins?

Altcoins são alternative coins, ou “moedas alternativas”. São assim chamadas simplesmente porque elas não são o Bitcoin. Ou seja, não há nada de especial que caracterize essas moedas, apenas o fato de que elas terem vindo depois do Bitcoin, a primeira blockchain pública do mundo.

Mesmo que a diferença possa parecer simples demais e “injusta” com a diversidade de altcoins que possuímos hoje, devemos lembrar que o Bitcoin lançou as bases da tecnologia que possibilitou hoje existirem criptoativos. Todas as altcoins são consequências dessa inovação – e não rompem com nada do que foi trazido pela blockchain do BTC.

Além disso, até hoje, mais de uma década depois que o mercado de criptoativos surgiu, o Bitcoin ainda representa quase metade do valor total do mercado. Claro, olhando a divisão do valor das moedas ao longo do tempo, notamos que o Bitcoin tem perdido espaço para os novos projetos. Mesmo assim, essa cripto ainda é a rainha inquestionável do mercado (por enquanto...).

[gráfico do histórico % da capitalização de mercado por criptomoeda]

Uma breve história das altcoins

Recapitulando a linha do tempo das criptomoedas, o whitepaper do Bitcoin foi publicado em 2008, a rede foi publicada em 2009 e a primeira transação comercial aconteceu em 2010. No ano seguinte (2011), as primeiras “rivais” do Bitcoin começaram a surgir.

As primeiras “alts”

Dentre as mais notáveis da época estavam a Namecoin, a Swiftcoin e a Litecoin [LTC]. Das três, apenas a Litecoin sobreviveu à prova do tempo. Na ocasião, o público estava no comecinho da descoberta do Bitcoin e, basicamente, apenas early adopters possuíam a moeda, que deveriam comprar diretamente de P2P ou de mineradoras.

As altcoins surgiram porque traziam uma proposta de valor diferente ao do Bitcoin. Ou também porque pretendiam ter usos específicos, como a Namecoin (que tem a ver com registros DNS e autenticação de identidade digital).

Para entender essa diferença, é preciso voltar na proposta de valor do Bitcoin:

  • Oferta máxima de 21 milhões e taxa de emissão descrentes (regressão geométrica);
  • Transações irreversíveis e transparentes;
  • Rede descentralizada, peer-to-peer e sem necessidade de permissão de acesso;
  • Tempo de bloco de 10 minutos, com capacidade de confirmar até 7 transações por segundo;
  • Segurança e consenso através de prova-de-trabalho (PoW), um processo de intenso consumo energético.

Dentre outros aspectos técnicos da rede.

Na maioria dessas características, todas as criptomoedas vão “concordar” com o Bitcoin e repetir a sua infraestrutura. A diferença mesmo estará nos detalhes. Um dos melhores casos que podem representar isso é a própria Litecoin [LTC].

Ela foi sugerida por um engenheiro de software do Google, Charlie Lee, e seu objetivo era oferecer uma mineração mais leve e mais eficiente. Assim, a mineração do Litecoin é mais fácil para diminuir a curva de entrada de novos participantes. Além disso, é possível executar mais transações por segundo do que o Bitcoin.

Essas mudanças foram pensadas para se criar uma criptomoeda mais “barata” para o dia a dia, mas que ainda tivesse as características que tornam o Bitcoin uma grande reserva de valor: oferta máxima fixa e taxa de emissão decrescente.

Nesses quesitos, contudo, o Litecoin ainda foi diferente: a sua oferta máxima é de 84 milhões LTC (4 vezes maior que os 21 milhões do Bitcoin). Essa característica da altcoin a tornou conhecida hoje como a “prata digital” – deixando o título de “ouro digital” para o Bitcoin.

Smart Contracts

O mercado das altcoins sofreria um boom após o lançamento de uma rede muito particular e especial: a Ethereum. Construída a partir de uma grande sacada do programador Vitalik Buterin e com o apoio de vários especialistas (dentre eles, Charles Hoskinson, Gavin Wood, entre outros), esta foi a primeira blockchain operável com smart contracts.

Esses “contratos inteligentes” são os responsáveis por fazer a blockchain servir para vários fins diferentes além de transacionar valor. Desse modo, a criação da Ethereum foi um ponto de inflexão na história do mercado das criptomoedas e na aplicação da blockchain.

Depois dela, muitas redes vieram também com essa proposta de sustentar smart contracts – com algumas modificações para apresentar uma proposta de valor diferente, é claro. Exemplos são a Tezos, Tron, Cardano, Binance Smart Chain, Polkadot, Solana e outras.

De todo modo, a Ethereum foi a grande pioneira desse movimento que, por sua vez, tornou possível o surgimento da DeFi: “decentralized finance”, como é chamada.

Tokenização

No nosso contexto de agora, o que importa desse ponto de inflexão trazido pela Ethereum foi a possibilidade de usar os smart contracts e a blockchain para realizar a tokenização. Isso significa que, a partir de então, desenvolvedores podem lançar sua próprias criptomoedas em blockchains como a da Ethereum.

Isso, é claro, aumentou o número de projetos diferentes e de oportunidades de ativos que o mercado cripto tem a oferecer hoje em dia.

Assim, já podemos diferenciar as altcoins de vários modos. Por isso, é o meu próximo tópico! Continue lendo!

Altcoins e algumas de suas diferenças

Nesta parte do post, eu vou explicar melhor sobre os detalhes que fazem as altcoins serem diferentes umas das outras. Entender cada uma dessas características é vital para você analisar o valor de cada cripto no mercado!

Natividade

Primeiramente, cada altcoin precisa ser nativa de uma blockchain.

  • Existem altcoins que são nativas da sua própria rede (ex.: Ethereum [ETH], Cardano [ADA], Binance Coin [BNB], Litecoin [LTC] etc.); e
  • Altcoins que são lançadas nas redes de um terceiro projeto (ex.: Chainlink [LINK], Uniswap [UNI], Polygon [MATIC] etc.).

Ser nativa da sua própria rede significa que esta cripto é a moeda principal da rede e, logo, taxas de transação são pagas nesta moeda. No geral, isso agrega valor à moeda porque haverá uma demanda mais ou menos “certa” para ela, já que usuários precisarão dela para transacionar os demais tokens.

A maioria das moedas que abocanham uma boa parte da capitalização de mercado total das criptos são moedas nativas da sua própria blockchain. O padrão de tokens mais usado da rede Ethereum é o ERC-20, que aliás é o padrão da Chainlink [LINK] e da Uniswap [UNI]. 

Utility tokens e Governance tokens

Certos tokens podem ter usos específicos, o que pode melhorar a sua demanda no mercado. É o caso dos utility tokens e governance tokens. Esses tokens especiais, além de serem payment tokens como qualquer cripto, são requisitos para participar de certas atividades em redes e protocolos DeFi.

Os tokens de utilidade podem ser necessários para usar uma aplicação, pagando por exemplo pela execução de um smart contracts. Tokens de governança são necessários para participar de votações e influenciar decisões em projetos DeFi.

Nada impede uma altcoin de acumular esses dois usos e mais que possam ter.

Inflação, deflação, burn e cap

Um ponto muito importante, que deve ser um dos primeiros que você precisa olhar quando quiser conhecer um projeto, são suas características deflacionárias ou inflacionárias. O Bitcoin é um dos melhores exemplos de criptomoedas deflacionárias, porque sua taxa de emissão é decrescente e sua oferta máxima é fixa (dizemos cap fixo).

O contrário seria uma moeda com taxa de emissão livre e cap variável, significando que não há um limite para a oferta nem um controle prévio do volume de entrada no mercado. Essas moedas podem ser inflacionárias e, apesar de poder serem muito voláteis, não devem chegar a cifras tão altas quanto às do Bitcoin.

Também vale a pena observar se a moeda tem uma oferta fixa e taxa de emissão nula. Muitos projetos de tokenização emitem todos os tokens de uma vez e vão liberando no mercado em remessas regulares.

Por último, um mecanismo muito popular para ajudar na valorização de um token é o Burn: significa que literalmente “queimar” tokens para reduzir sua oferta e deflacioná-los. Se o seu objetivo é um token que valorize mais ao longo do tempo (que funcione como uma boa reserva de valor), então essa característica pode ser bem interessante.

Mecanismo de consenso

Esse detalhe já é mais técnico: o mecanismo de consenso usado por um blockchain pode impactar a sal eficiência e o escopo de sua adoção no futuro. Existem vários mecanismos usados hoje em dia, mas os principais são o Proof-of-Work (PoW) e o Proof-of-Staking (PoS).

Nesse momento, não vale a pena entrar nos detalhes técnicos dos diferentes mecanismos de segurança da rede, mas fique à vontade para ler mais sobre eles aqui no blog!

A grande diferença entre o PoW e o PoS é a intensividade da energia demandada pela rede e o investimento inicial exigido aos participantes. Uma rede PoW funciona por mineração e, logo, requer muita energia. O problema está na escalabilidade da rede, que costuma ser mais limitada.

No caso do PoS, a rede tende a ser mais escalável e seu custo, mais eficiente. É um dos mecanismos preferidos para o futuro, especialmente por ser entendido como um método mais amigável ao meio ambiente.

Bom, as diferenças entre as altcoins não param por aqui! O mercado é muito veloz e extremamente inovador, então não pare nunca de se atualizar. Felizmente, você pode encontrar os melhores conteúdos aqui no blog para te ajudar nas suas aventuras e investimentos no mundo cripto! 

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